A compaixão que nos torna verdadeiramente humanos
- Olhar de Nossa Senhora
- 13 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de jul.

📖 A parábola do Bom Samaritano - Lucas 10,25-37
🕊️ "Vai e faze tu também o mesmo." (Lc 10,37)
No diálogo entre Jesus e o doutor da Lei, surge uma pergunta que ecoa profundamente na alma humana: “Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?” (Lc 10,25). A resposta de Jesus, com a parábola do Bom Samaritano, vai além da teoria: ela nos confronta com a prática concreta do amor.
Na estrada de Jerusalém a Jericó — um caminho árido e perigoso — um homem é assaltado, espancado e deixado quase morto. Passam por ele um sacerdote e um levita. Homens religiosos, conhecedores da Lei, representantes do culto... mas indiferentes ao sofrimento. Ignoram o ferido. Estão ocupados demais? Com medo de se impurar? Julgaram que ele estava morto? Não sabemos. Mas sabemos que seguiram adiante.
Então vem um samaritano. Para os judeus da época, um herege, inimigo, alguém desprezível. Mas é justamente ele que para, aproxima-se, compadece-se. Ele trata as feridas, coloca o homem sobre seu animal, leva-o a uma hospedaria, cuida dele e ainda se compromete com os custos futuros de sua recuperação. Ele não pergunta quem é o ferido. Ele vê um ser humano que sofre — e isso basta.
Jesus inverte tudo. O verdadeiro "próximo" não é apenas quem está perto de nós, mas quem se faz próximo. O samaritano não age por obrigação legal, mas por um impulso de misericórdia. Ele se envolve, se compromete, se doa. E, com isso, revela o rosto de Deus, que é amor em ação.
A provocação de Jesus
Jesus conclui a parábola com uma pergunta desconcertante: “Qual dos três te parece ter sido o próximo do homem caído?” E o doutor da Lei, talvez ainda com resistência em dizer “o samaritano”, responde: “Aquele que usou de misericórdia.”
Então, vem o chamado: “Vai, e faze tu também o mesmo.”
Este "vai" é um imperativo de missão. A fé cristã não se resume a orações ou doutrinas; ela se realiza no amor concreto, no cuidado com os feridos da vida.
Atualizando a parábola
Quem são hoje os "feridos à beira do caminho"? São os pobres ignorados, os doentes sem cuidado, os idosos abandonados, os migrantes rejeitados, os irmãos com a saúde mental fragilizada, os que carregam feridas invisíveis.
E quem somos nós na parábola? Às vezes, somos os apressados que passam. Outras vezes, somos os feridos. Mas somos sempre chamados a ser o samaritano: aquele que para, vê, sente compaixão e age.
A parábola do Bom Samaritano nos convida a um cristianismo que se move. Um cristianismo de mãos sujas, de joelhos dobrados ao lado dos caídos, de corações abertos para acolher o sofrimento do outro. A estrada da vida eterna passa pela estrada de Jericó. Passa pela nossa capacidade de amar de verdade.
🕯️ Oração Final:
Senhor Jesus,ensina-nos a amar como o samaritano,a reconhecer o Teu rosto nos feridos que encontramos,a não passar adiante quando o sofrimento nos interpela.Dá-nos um coração compassivo, mãos dispostas e pés prontos para servir.Que a nossa fé se torne amor concreto,e que o nosso amor nos conduza à vida eterna. Amém.
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